6/24/2011

Ester

Depois da derrota do império babilônico e sua conquista pelos persas em 539 a.C., a sede do govero dos exilados passou à Pérsia. A capital Susã, é o palco da história de Ester, durante o reinado de do rei Assuero (seu nome hebraico, também chamadao Xerxes I (seu nome grego) ou Khshyarshan ( seu nome persa), que reinou entre 486-465 a.C..O livro de Ester abarca os anos 483-473 do reinado de Assueiro.
De maneira simples, eis aqui a história de Assuero, rei da Pérsia, tido por alguns como Xerxes I, cuja esposa desobediente, Vasti, é substituída pela judia Ester, prima de Mordecai. O agagita Hamã trama a morte de Mordecai e de todos os judeus, mas é enforcado em sua própria estaca, ao passo que Mordecai é promovido ao cargo de primeiro-ministro e os judeus são libertados.
Naturalmente, há os que dizem que o livro de Ester não é nem inspirado nem proveitoso, mas simplesmente uma bela lenda. Baseiam sua afirmação na ausência do nome de Deus. Embora seja verdade que Deus não é mencionado diretamente, parece haver no texto hebraico quatro casos distintos de acrósticos do Tetragrama, as letras iniciais de quatro palavras sucessivas que formam YHWH. Estas iniciais são destacadas de modo especial em pelo menos três manuscritos hebraicos antigos, e são também marcadas na Massorá com letras vermelhas.
No decorrer do registro todo há forte evidência de que Mordecai tanto aceitava a lei de Deus como obedecia a ela. Negou-se a curvar-se para honrar um homem que provavelmente era amalequita; Deus determinara o extermínio dos amalequitas. (Est. 3:1, 5; Deut. 25:19; 1 Sam. 15:3) A expressão de Mordecai em Ester 4:14 indica que aguardava uma libertação da parte de Deus e que tinha fé na direção divina do inteiro curso dos eventos. O jejum de Ester, junto com a ação similar dos demais judeus, durante três dias antes de esta entrar perante o rei, indica confiança em Deus. (Est. 4:16) Que Deus manobrou os eventos é indicado por Ester achar favor aos olhos de Hegai, o guardião das mulheres, e pela insônia do rei na noite em que pediu para ver os registros oficiais e descobriu que Mordecai não fora honrado pelo seu bom feito no passado. (Est. 2:8, 9; 6:1-3; compare com Provérbios 21:1.) Há, sem dúvida, referência a orações nas palavras “os assuntos dos jejuns e de seu clamor por socorro”. — Est. 9:31.

Muitos fatos comprovam o registro como autêntico e fatual. Era aceito pelo povo judeu, que chamava o livro simplesmente de o Meghil·láh, que significa “rolo; rolo escrito”. Parece ter sido incluído no cânon hebraico por Esdras, que certamente teria rejeitado uma fábula. Os judeus guardam até hoje a festa de Purim, ou Sortes, celebrando a grande libertação do tempo de Ester. O livro apresenta modos e costumes persas de forma realística, e em harmonia com os fatos conhecidos da história e as descobertas arqueológicas. Por exemplo, o livro de Ester descreve com exatidão o modo de os persas honrarem um homem. (6:8) Escavações arqueológicas revelaram que as descrições do palácio do rei, conforme apresentadas no livro de Ester, são exatas até nos mínimos detalhes. — 5:1, 2.

Nota-se essa mesma exatidão também no próprio relato, na maneira cuidadosa em que menciona os oficiais e os assistentes da corte, fornecendo até mesmo o nome dos dez filhos de Hamã. A linhagem de Mordecai e Ester é remontada a Quis, da tribo de Benjamim. (2:5-7) Fazem-se referências aos registros oficiais do governo persa. (2:23; 6:1; 10:2) A linguagem do livro é o hebraico posterior, com o acréscimo de muitas palavras e expressões persas e aramaicas, cujo estilo combina com o de Crônicas, Esdras e Neemias, harmonizando-se assim inteiramente com o período em que foi escrito.

Acredita-se que os eventos de Ester se desenrolam nos dias em que o poderoso império persa encontrava-se no seu apogeu, e que abrangem cerca de 18 anos do reinado de Assuero (Xerxes I). O período que se estende até cerca de 473 a.C. é indicado pelo testemunho de fontes gregas, persas, e babilônicas. Mordecai, testemunha ocular e um dos principais personagens do relato, foi, mui provavelmente, o escritor do livro; o relato íntimo e pormenorizado indica que o escritor deve ter vivenciado esses eventos no palácio de Susã. Embora não seja mencionado em nenhum outro livro da Bíblia, não há dúvida de que Mordecai foi personagem real da história. É interessante que se encontrou um texto cuneiforme não datado, descrito por A. Ungnad, da Alemanha, como se referindo a Mardukâ (Mordecai?) qual alto oficial da corte de Susa (Susã) durante o reinado de Xerxes I. Foi ali em Susã que Mordecai sem dúvida completou o registro dos eventos de Ester, assim que ocorreram, isto é, por volta de 473 a.C..

CONTEÚDO DE ESTER

Deposta a Rainha Vasti (1:1-22). É o terceiro ano do reinado de Assuero. Ele realiza um lauto banquete para os oficiais do seu império, mostrando-lhes as riquezas e a glória do seu reino durante 180 dias. A seguir, há um grandioso banquete de sete dias para todo o povo de Susã. Ao mesmo tempo, Vasti, a rainha, dá um banquete para as mulheres. O rei se jacta de suas riquezas e glória e, estando alegre com vinho, manda chamar Vasti para vir mostrar sua beleza ao povo e aos príncipes. A Rainha Vasti persiste em se recusar a ir. Seguindo o conselho dos oficiais da corte, que argumentam que este mau exemplo poderá fazer com que o rei perca prestígio em todo o império, Assuero remove Vasti da posição de rainha e emite documentos convocando todas as esposas a ‘dar honra a seu dono’ e todos os maridos a ‘agir continuamente como príncipes na sua própria casa’. — 1:20, 22.

Ester torna-se rainha (2:1-23). Mais tarde, o rei nomeia comissários para procurar as mais belas virgens em todas as 127 províncias do império e trazê-las a Susã, onde deverão receber um tratamento de beleza para serem apresentadas ao rei. Entre as jovens selecionadas acha-se Ester. Ester é órfã judia, “bonita de figura e bela de aparência”, que foi criada por seu primo, Mordecai, um oficial em Susã. (2:7) O nome judaico de Ester, Hadassa, significa “Murta”. Hegai, o guardião das mulheres, se agrada de Ester e lhe dá tratamento especial. Ninguém sabe que ela é judia, pois Mordecai instruiu-a a guardar sigilo sobre isso. As jovens são levadas à presença do rei, uma de cada vez. Ele seleciona Ester como sua nova rainha, e realiza-se um banquete para celebrar sua coroação. Pouco depois, Mordecai fica sabendo de uma conspiração para assassinar o rei, e manda Ester informá-lo disso “em nome de Mordecai”. (2:22) A trama é descoberta, e os conspiradores são enforcados, fazendo-se registro disso nos anais reais.

A conspiração de Hamã (3:1–5:14). Decorrem cerca de quatro anos. Hamã, pelo visto descendente do rei amalequita Agague, a quem Samuel matou, torna-se primeiro-ministro. (1 Sam. 15:33) O rei o exalta e ordena que todos os seus servos no portão do rei se curvem diante de Hamã. Estes incluem Mordecai. Entretanto, Mordecai recusa-se a fazer isso, tornando conhecido aos servos do rei que ele é judeu. (Compare com Êxodo 17:14, 16.) Hamã fica cheio de furor, e, ao descobrir que Mordecai é judeu, vê nisto a grande oportunidade de se livrar de Mordecai e de todos os judeus de uma vez por todas. Lança-se a sorte (pur) para determinar um bom dia para aniquilar os judeus. Hamã, valendo-se do seu favor junto ao rei, acusa os judeus de serem anárquicos e pede que a destruição deles seja ordenada por escrito. Hamã oferece uma contribuição de 10.000 talentos de prata (o equivalente a cerca de US$ 66.060.000) para financiar a matança. O rei consente, e enviam-se a todo o império ordens escritas seladas com o anel do rei, marcando o dia 13 de adar para o genocídio dos judeus.
Ao saberem da lei, Mordecai e todos os judeus pranteiam de serapilheira e cinzas. Há “jejum, e choro, e lamento”. (Est. 4:3) Ao ser informada por Mordecai sobre a situação crítica dos judeus, Ester hesita, de início, em interceder. A penalidade por comparecer perante o rei sem ser convidado é a morte. Todavia, Mordecai mostra fé no poder de Deus, declarando que, se Ester falhar para com eles, ela morrerá de qualquer forma, e o livramento ‘procedente de outro lugar, pôr-se-á de pé para os judeus’. Ademais, quem sabe se não foi “para um tempo como este” que Ester se tornou rainha? (4:14) Vendo a questão, ela concorda em correr o risco, e todos os judeus em Susã jejuam com ela durante três dias.
Daí, Ester comparece diante do rei, vestida de seus mais requintados trajes reais. Ela obtém favor aos olhos dele, de modo que este lhe estende o cetro de ouro, poupando-lhe a vida. Ela convida então o rei e Hamã para um banquete. Durante o banquete, o rei insta-a a revelar seu pedido, assegurando-lhe de que será concedido, “até a metade do reinado”, após o que ela convida os dois para outro banquete no dia seguinte. (5:6) Hamã sai alegre. Mas, junto ao portão da casa do rei se acha Mordecai! Este se recusa outra vez a prestar honra a Hamã ou a tremer diante dele. A alegria de Hamã transforma-se em furor. Sua esposa e seus amigos sugerem que ele construa um madeiro de 50 côvados (22,3 m) de altura e obtenha uma ordem do rei para enforcar Mordecai nele. Hamã manda construir a estaca imediatamente.

Inversão na situação (6:1–7:10). Naquela noite, o rei não consegue dormir. Manda que lhe seja trazido e lido o livro dos registros, e descobre que não recompensou a Mordecai por salvar sua vida. Mais tarde, o rei indaga sobre quem está no pátio. É Hamã, que veio pedir ao rei autorização para executar Mordecai. O rei pergunta a Hamã sobre como deve ser honrado alguém de quem o rei se agrada. Hamã, imaginando que o rei estivesse pensando nele, delineia um pródigo programa de honras. Mas o rei lhe ordena: “Faze assim a Mordecai, o judeu”! (6:10) Hamã não tem alternativa senão vestir a Mordecai de esplendor régio, colocá-lo no cavalo do rei e conduzi-lo pela praça pública da cidade, clamando diante dele. Humilhado, Hamã se apressa em ir para casa, pranteando. Sua esposa e seus amigos não têm nenhum consolo a oferecer. Hamã está condenado!

Agora é hora de Hamã comparecer ao banquete com o rei e Ester. A rainha declara que ela e seu povo foram vendidos para serem destruídos. Quem se atreveu a perpetrar tal iniqüidade? Ester diz: “O homem, o adversário e inimigo, é este mau Hamã.” (7:6) O rei se levanta enfurecido e sai para o jardim. Hamã, sozinho com a rainha, implora que lhe poupe a vida, e o rei, ao retornar, fica ainda mais furioso ao ver Hamã sobre o leito da rainha. Sem demora, ordena que Hamã seja enforcado no mesmo madeiro que Hamã havia preparado para Mordecai! — Sal. 7:16.

Mordecai é promovido, os judeus são libertados (8:1–10:3). O rei dá a Ester todos os pertences de Hamã. Ester informa a Assuero seu parentesco com Mordecai, a quem o rei promove à posição anteriormente ocupada por Hamã, dando-lhe o anel com o sinete real. Novamente, Ester arrisca a vida ao comparecer perante o rei para solicitar a anulação do decreto escrito de destruição dos judeus. Contudo, “as leis da Pérsia e da Média” não podem ser anuladas! (1:19) O rei dá, portanto, a Ester e a Mordecai autoridade para redigir uma nova lei e selá-la com o anel do rei. Esta ordem escrita, enviada a todo o império do mesmo modo como a anterior, concede aos judeus o direito de ‘congregar-se e tomar posição pelas suas almas, para aniquilar e matar, e destruir toda a força do povo e do distrito jurisdicional que lhes mostre hostilidade, pequeninos e mulheres, e para saquear o seu despojo’, no mesmo dia em que a lei de Hamã entra em vigor. — 8:11.
Chegando o dia designado, 13 de adar, nenhum homem consegue resistir aos judeus. A pedido de Ester ao rei, a luta prossegue em Susã até o dia 14. Ao todo, 75.000 dos inimigos dos judeus são mortos em todo o império. Outros 810 são mortos em Susã, o castelo. Entre estes se acham os dez filhos de Hamã, que são mortos no primeiro dia e pendurados no madeiro no segundo dia. Não se toma despojo. No dia 15 de adar, há descanso, e os judeus passam a banquetear-se e a regozijar-se. Mordecai dá então instruções por escrito para que os judeus guardem essa festa de “Pur, isto é, a Sorte”, todos os anos nos dias 14 e 15 de adar, e isto fazem até hoje. (9:24) Mordecai é exaltado no reino, e se vale de sua posição, como o segundo depois do Rei Assuero, “para o bem de seu povo e falando paz a toda a descendência deles”. — 10:3.

TIRANDO PROVEITO PARA NOSSOS DIAS

Embora nenhum outro escritor da Bíblia faça qualquer citação direta de Ester, o livro se harmoniza plenamente com o restante das Escrituras inspiradas. De fato, fornece ilustrações esplêndidas de princípios bíblicos declarados mais tarde nas Escrituras Gregas Cristãs e que se aplicam a adoradores de Deus de todas as épocas. Um estudo das seguintes passagens, não só comprovará isso, mas será edificante para a fé cristã: Ester 4:5—Filipenses 2:4; Ester 9:22—Gálatas 2:10. A acusação feita contra os judeus, de que não obedeciam às leis do rei, é similar à acusação levantada contra os primitivos cristãos. (Est. 3:8, 9; Atos 16:21; 25:7) Os verdadeiros servos de Deus enfrentam tais acusações com destemor e confiança, com orações, no poder divino de os livrar, segundo o esplêndido modelo de Mordecai, Ester e seus co-judeus. — Est. 4:16; 5:1, 2; 7:3-6; 8:3-6; 9:1, 2.

Quais cristãos, não devemos achar que nossa situação difere da de Mordecai e Ester. Também vivemos sob “autoridades superiores” num mundo do qual não fazemos parte. Desejamos ser cidadãos acatadores da lei em qualquer país em que vivamos, mas, ao mesmo tempo, desejamos traçar corretamente a linha demarcatória entre ‘pagar de volta a César as coisas de César e a Deus as coisas de Deus’. (Rom. 13:1; Luc. 20:25) O primeiro-ministro Mordecai e a Rainha Ester deram bom exemplo de devoção e obediência na execução de seus deveres seculares. (Est. 2:21-23; 6:2, 3, 10; 8:1, 2; 10:2) Todavia, Mordecai traçou destemidamente a linha demarcatória quanto a obedecer à ordem real de curvar-se diante do desprezível agagita, Hamã. Ademais, cuidou de que se fizesse um apelo para a obtenção duma solução legal quando Hamã conspirou destruir os judeus. — 3:1-4; 5:9; 4:6-8.

Toda a evidência indica que o livro de Ester faz parte da Bíblia Sagrada, “inspirada por Deus e proveitosa”. Mesmo sem mencionar diretamente Deus ou seu nome, fornece-nos excelentes exemplos de fé. Mordecai e Ester não foram meros frutos da imaginação de algum novelista, mas foram servos reais de Deus, pessoas que depositaram confiança implícita no poder salvador de Deus. Embora vivessem sob “autoridades superiores” num país estrangeiro, empregaram todos os meios legais para defender os interesses do povo de Deus e sua adoração. Nós podemos seguir hoje o exemplo deles em “defender e estabelecer legalmente as boas novas” do libertador Reino de Deus. — Fil. 1:7.

6/18/2011

Jó 1:1a 3:26

Introdução e provação de Jó (1:1 - 2:3)

A. O justo Jó (1:1-5)

1. Jó é apresentado como um homem de destacado caráter espiritual. Ele é descrito assim: aquele que era inculpável, reto, temia a Deus e repelia o mal.

2. Jó oferecia regularmente sacrifícios por seus filhos, caso algum deles tivesse "amaldiçoado a Deus."

a. A idéia de blasfêmia ou desafio a Deus é um pensamento demasiado forte para o significado desta frase. A palavra traduzida literalmente se refere à bênção que acompanhava a partida de um visitante (veja Gênesis 31:55; Josué 22:6).

b. Jó estava preocupado com que seus filhos pudessem ter se apartado de Deus em seus corações, isto é, esquecido Deus e sua presença no meio de suas vidas diárias.

3. Esta descrição de Jó é especialmente importante à luz de acusações posteriores pelos seus três amigos.

B. O rico Jó (1:1-5)

1. Jó era abençoado a ponto de ser a mais grandiosa de todas as pessoas do oriente.

2. Ele tinha dez filhos.

3. São as bênçãos de Jó que ressaltam sua futura pobreza e sofrimento.

C. Confrontação no céu (1:6-12; 2:1-6)

1. Na primeira confrontação de Satanás com Deus, Satanás acusa Jó de possuir uma piedade interesseira.

a. Satanás sustenta que se Jó for privado de suas bênçãos materiais, ele cessará de servir ao Senhor.

b. O Senhor concede a Satanás poder para retirar tudo o que Jó tem, mas impede-o de ferir a pessoa de Jó.

2. Na segunda confrontação, quando defrontado com a fidelidade de Jó, Satanás afirma que Jó renunciará ao Senhor uma vez que sua pessoa real tenha sido afetada.

3. Deve-se notar que:

a. Satanás não tem poder para afligir Jó, a menos que Deus lho permita.

b. Satanás, mesmo no seu desejo de tentar destruir, realmente serve aos propósitos de Deus.

D. A provação de Jó (1:13-22; 2:7-8)

1. Perda dos bens materiais.

2. Perda dos membros da família.

3. Perda da saúde.

a. Alguém poderia sugerir que a doença de Jó possa ter sido uma forma muito severa de lepra, também conhecida como elefantíase-dos-gregos. Esta é conhecida algumas vezes como lepra negra, porque a pele fica enegrecida.

b. Qualquer que fosse a doença, parece claro que Jó sofreu com ela durante algum tempo e que foi muito séria e penosa. Alguns dos seus sintomas e efeitos podem ser deduzidos das passagens seguintes: 2:7-8, 12; 3:24-25; 7:4-5, 13-15; 19:17, 20; 30:17-18, 30.

c. A "cinza" mencionada em 2:8 é uma referência ao lugar fora da cidade onde estrume e outros resíduos seriam descarregados e periodicamente queimados. É bem provável que Jó tenha escolhido seu lugar ali porque sua doença tornava-o indesejável na aldeia.

E. As reações da esposa de Jó e dos amigos (2:9-13)

1. Parece que a esposa de Jó não era uma nobre personagem como ele. Ela o adverte a "dizer adeus a Deus" e morrer (veja 1:5 para a mesma palavra).

2. Pode ser que o conselho da esposa de Jó também seja o resultado da idéia de que o sofrimento é totalmente por causa do pecado. Ela raciocina que uma vez que Jó está sofrendo enormemente, ele deve ter pecado imensamente e está separado de Deus. "Amaldiçoar a Deus" não pioraria sua relação, mas poderia trazer morte e alívio para seu sofrimento temporal!

3. Os três amigos de Jó chegaram e sentaram-se com ele na terra, e permaneceram em silêncio durante sete dias; um período de luto comum pelos mortos (Gênesis 50:10; 1 Samuel 31:13), e isto pode ser alguma indicação de seus sentimentos pela situação dele.

As palavras de Jó a respeito de si [o seu monólogo] (3:1-26)

A. Jó amaldiçoa o dia de seu nascimento (vs. 1-10). De maneiras variadas, ele deseja que nunca tivesse nascido.

B. Na segunda parte de seu discurso, Jó continua dizendo que se ele tinha que nascer, teria sido melhor se tivesse nascido morto (vs. 11-19). A morte é pintada como uma libertação das dificuldades desta vida.

C. Jó termina seu monólogo sugerindo que acolheria com prazer a morte, porém ela não vem (vs. 20-26).

Jó 4:1 a 7:21

Elifaz afirma que o sofrimento é por causa do pecado (4:1-21)

A. Ele começa lembrando Jó de seu conselho a outros que estavam perturbados ou sofrendo e o encoraja a seguir seu próprio ensino. Pode ser que Elifaz esteja usando sarcasmo nos versículos 5 e 6 (vs. 1-6).

B. O inocente e o reto não perecem (vs. 7-10).

1. O homem colhe o que semeia.

2. Os homens perversos são assemelhados a um covil de leões. Apesar de sua ferocidade, eles serão consumidos pelo sopro de Deus.

C. Elifaz relata uma visão que alega ter tido (vs. 11-21).

1. Ele fala de um espírito que lhe apareceu, causando grande temor de sua parte (vs. 12-16).

2. A mensagem da visão foi que o sofrimento por causa do pecado pessoal é inevitável, porque não há homem justo ou puro diante de Deus. Desde que todos pecam, todos têm que sofrer (v. 7).

3. Observe a semelhança de pensamento e linguagem em 15:14-16 e 25:4-6.

4. A tendência dos humanos para o erro e a fragilidade de suas vidas são ressaltadas (vs. 18-21).

Elifaz encoraja Jó a "buscar a Deus" (5:1-27)

A. Ele adverte Jó do perigo da ira contra os caminhos de Deus (vs. 1-7).

1. Elifaz relata o destino de um louco que ele tinha observado.

2. Ainda que nenhuma aplicação formal seja feita por esse tempo, parece que Elifaz pode estar dando a entender uma similaridade entre Jó e esse "louco" de quem ele fala.

B. Elifaz diz que buscaria a Deus se estivesse no lugar de Jó (vs. 8-16).

1. Nestes versículos Elifaz se refere à boa providência de Deus; ele ajuda o oprimido e repele os que poderiam fazer mal.

2. Elifaz ressalta que o homem perverso não prosperará, porque Deus frustrará seus planos.

C. Elifaz conclui seu primeiro discurso admoestando Jó: "não desprezes, pois, a disciplina do Todo-Poderoso" (vs. 17-27).

1. Ele afirma que Deus livrará de toda a forma de mal aquele que humildemente se submete a sua correção (vs. 18-22).

2. Aceitando humildemente a disciplina de Deus, ele prosperaria em todos os aspectos (vs. 23-27).

Jó responde ao discurso de Elifaz (6:1-30)

A. Jó reconhece que suas palavras (capítulo 3) têm sido imprudentes, mas sugere que tal imprudência é compreensível em vista de seu grande sofrimento (vs. 1-7).

1. Jó está sugerindo, no versículo 5, que, assim como os animais fazem barulho quando têm um motivo, assim ele tem razão em expressar sua aflição.

2. O assunto dos versículos 6-7 pode ser tanto o sofrimento de Jó como as palavras de "conforto" oferecidas por Elifaz.

B. Jó deseja que Deus lhe conceda sua petição: permitir-lhe morrer. Ele exprime dúvida que possa resistir. Sua força não é infalível (vs. 8-13).

C. Ele critica seus amigos por acusarem-no de má ação em vez de mostrarem-lhe simpatia (vs. 14-23).

1. Ele os assemelha a um ribeiro intermitente. Na estação chuvosa, quando a água é farta, ele está cheio; mas uma vez que o calor começa e os viajantes buscam sua água, ele está seco. De modo semelhante, quando Jó necessitava da compaixão de seus amigos, e a esperava, eles se mostraram serem fontes que tinham secado (vs. 14-21).

2. Ele se queixa de que não estava pedindo muito a eles (vs. 22-23).

D. Jó desafia seus amigos a apontarem seu pecado que era o suposto responsável por seu grande sofrimento (vs. 24-30).

1. Ele assevera que eles não têm evidência para suas palavras cruéis.

2. Ele afirma que não está mentindo sobre sua inocência e nem é incapaz de reconhecer a iniquidade.


IV. Jó brada em desespero (7:1-21)

A. Há alguma dúvida se o capítulo inteiro é dirigido a Deus ou se os primeiros versículos 1-10 são ditos para proveito dos amigos e o restante do capítulo é dirigido a Deus.

B. Ele descreve a grandeza e a desesperança de seu sofrimento e sua angústia (vs. 1-10).

1. Sua vida é de dura servidão, com a única paga sendo meses de desilusão e noites cansativas.

2. Ele é incapaz de dormir e conta a tortura de sua doença.

3. Ele menciona o fato de sua vida ser breve, como se dissesse que Deus deveria mostrar-lhe misericórdia no pouco tempo que lhe resta.

C. Jó interroga Deus quanto à razão da severidade de seu sofrimento (vs. 11-21).

1. Ele pergunta porque é necessário a Deus atormentá-lo constantemente com o sofrimento (como parece a ele).

2. Ele roga a Deus que o deixe em paz (vs. 16).

3. Jó afirma, por perguntas, que o homem é muito insignificante para receber tão contínua atenção de Deus (vs. 17-19).

4. Como ele fez com seus amigos, Jó desafia Deus a identificar seu pecado. Se, na verdade, ele tem pecado, ele pergunta porque Deus não deseja perdoar. As palavras de Jó são ousadas e desesperadas e ele fala sem entendimento.


Jó 8:1 a 10:22

O primeiro discurso de Bildade (8:1-22)

A. Bildade afirma a justiça do Todo-Poderoso (vs. 1-7).

1. Levado pelas palavras que Jó acaba de dizer, Bildade começa seu discurso com uma áspera repreensão a Jó. É certo que ele considera blasfemas as palavras de Jó e assim ele age para defender a justiça de Deus (vs. 1-3).

2. Bildade repete o argumento de Elifaz: aquele que sofre deve ser perverso (vs. 4-7).

a. Ele insinua que, uma vez que os filhos de Jó foram "postos fora," eles devem ter pecado (v. 4).

b. Ele sugere também que Deus poderia "despertar" para as súplicas de Jó se ele fosse puro ou se ele se arrependesse (vs. 5-7).

B. Bildade apela para a sabedoria e a experiência das gerações passadas (vs. 8-19).

1. Ele defende seu argumento (já começado e a ser continuado na última parte do capítulo) dirigindo a atenção de Jó para as conclusões das gerações passadas.

2. Por causa da vida curta do homem, sua sabedoria tem que ser aumentada pela dos "pais".

3. Bildade continua, sugerindo uma relação de causa e efeito entre a injustiça e o sofrimento. Ele demonstra seu princípio com três ilustrações:

a. Assim como o papiro não pode existir sem lama, assim o homem não pode prosperar sem o favor de Deus (vs. 11-13).

b. A confiança do ímpio é tão frágil como a teia da aranha; ele não tem nada em que se apoiar (vs. 14-15).

c. O ímpio é como uma planta que cresce por pouco tempo, mas que é arrancada do seu lugar (vs. 16-19).

C. Bildade conclui seu discurso (vs. 20-22).

1. Ele repete o pensamento que Deus preserva o justo, mas não "apoiará" os malfeitores (vs. 20).

2. Se Jó se arrepender, Deus encherá sua boca com risos e seus adversários ficarão envergonhados.

Jó replica ao discurso de Bildade (9:1-24)

A. Jó afirma, do mesmo modo, o poder e a sabedoria de Deus, mas é possível que ele esteja falando com sarcasmo no versículo 2 (veja 4:17). Jó sente-se incapaz de contender com Deus, para provar ou afirmar sua inocência perante o Senhor.

B. O poder e a majestade de Deus (vs. 1-12).

1. Jó descreve o poder de Deus como é evidenciado na natureza (vs. 5-10).

2. Ele observa que o homem é incapaz de questionar a Deus às contas por seus atos (vs. 1-4, 11-12).

C. Jó afirma a futilidade de "responder" a Deus, pleiteando o seu caso diante dele (vs. 13-24).

1. Jó declara que Deus trata os perversos e os retos do mesmo modo. Ele ainda vai até o ponto de dizer que Deus é indiferente ao sofrimento do inocente e discrimina em favor do perverso (vs. 21-24).

2. Alguém poderia tentar amenizar as palavras de Jó, mas parece óbvio que Jó brada contra Deus nesta parte. Precisamos lembrar que Jó não estava a par de toda a informação que possuímos sobre o assunto dos propósitos de Deus.

Jó continua seu discurso (9:25 - 10:22)

A. Na última parte do capítulo 9, parece que Jó dirige seus comentários em parte a Deus e em parte a Bildade e seus outros dois amigos.

B. Tendo discutido o tratamento do homem em geral por Deus em 9:22-24, agora Jó se volta para o tratamento dele mesmo por Deus (vs. 25-31).

1. Usando as figuras de um corredor, navios velozes e uma águia, Jó descreve a brevidade da vida (vs. 25-26).

2. Ele fala da persistência de Deus em considerá-lo culpado e como resultado ele é incapaz de se alegrar (vs. 27-31).

3. Jó sente a necessidade de um terceiro participante para arbitrar a diferença entre ele e Deus (vs. 32-35). Parece que ele está antevendo a obra de Jesus Cristo como nosso mediador.

C. Sentindo que nada tem a perder, Jó fala a Deus diretamente, insistindo em saber porque Deus está "contendendo com ele" e então oferecendo as razões possíveis para o comportamento de Deus (10:1-7).

1. Ele pergunta se Deus tem algum prazer em oprimir sua própria criação (vs. 3).

2. Ele pergunta se Deus, como um homem, tem percepção limitada e, por isso, julgou-o injustamente (vs. 4).

3. Ele questiona se a duração da vida de Deus é tão curta como a de um homem, para que ele esteja com pressa de procurar o pecado de Jó antes que ele o tenha cometido (vs. 5-7).

D. Desconsiderando as duas últimas perguntas, Jó continua seu discurso seguindo a primeira possibilidade (vs. 8-22).

1. Ele recorda a Deus que ele é criatura de Deus (vs. 8-12).

2. E ainda Deus parece determinado a destruir Jó em qualquer circunstância, um rumo aparentemente inconsistente com seu cuidado em criar Jó (vs. 13-17).

3. Novamente Jó expressa seu desejo de ter morrido ao nascer. Desde que Deus não permitiu isso e seus dias restantes são poucos, Jó pede a Deus que o deixe em paz (vs. 18-22).

4. Conquanto Jó não tenha se afastado de Deus, ele está obviamente lutando com sua fé. Quão agradecido Jó deve ter estado mais tarde porque Deus não atentou para suas palavras e o "deixou em paz" como ele tinha pedido!

Jó 11:1 a 14:22

O primeiro discurso de Zofar (11:1-20)

A. Zofar começa seu discurso repreendendo asperamente Jó por sua impertinência (pelo menos como Zofar a vê) - ( vs. 1-6).

1. Ele se vale de diversas perguntas para sugerir que Jó não deve pensar que silenciou os outros com sua má vontade em aceitar os argumentos deles (vs. 1-3).

2. Zofar exprime seu desejo de que Deus na verdade confrontasse Jó. Ele acredita que Jó acharia que Deus realmente está castigando-o menos do que merece (vs. 4-6)!

B. Zofar ressalta a inescrutabilidade dos caminhos de Deus (vs. 7-12).

1. A sabedoria de Deus é muito elevada para o homem e seu poder é irresistível (vs. 7-10).

2. Deus é capaz de reconhecer o pecado nos homens mesmo se eles próprios forem incapazes de vê-lo. Para demonstrar a possibilidade de homens como Jó se tornarem sábios (talvez para seu próprio pecado?), Zofar sugere que tal evento é tão provável como um jegue dar nascimento a um homem (vs. 11-12).

C. Zofar termina seu discurso de modo semelhante a Elifaz e Bildade (vs. 13-20).

1. Ele admoesta Jó a se arrepender e fala das bênçãos disponíveis para Jó no arrependimento.

2. Zofar realmente descreve o arrependimento e seus frutos muito bem mesmo.

a. "Se dispuseres o coração..." (v. 13) - o arrependimento é literalmente uma mudança de vontade.

b. "...e estenderes as mãos para Deus" (v. 13) - talvez o primeiro fruto que o arrependimento produza seja a confissão do pecado diante de Deus e a busca do perdão.

c. "...se lançares para longe a iniquidade da tua mão e não permitires habitar na tua tenda a injustiça" (v. 14) - outra conseqüência do arrependimento é a reforma da conduta.

II. A réplica de Jó a Zofar e seus outros dois amigos (12:1 - 13:19)

A. Jó evidentemente começa sua réplica com uma boa dose de sarcasmo (vs. 1-12).

1. Ele observa que, ainda que eles possam pensar que são os únicos que têm alguma sabedoria, ele também sabe as coisas que eles sugeriram (vs. 1-3).

2. Ele, contudo, chama a atenção deles para a realidade de que a teoria deles não se ajusta aos fatos (vs. 4-6).

a. Aqueles que estão seguros têm tendência a agirem de modo condescendente para com o desafortunado, aquele que está sofrendo (vs. 5).

b. Conquanto Jó seja justo, seus amigos zombam dele e ainda "as tendas dos tiranos gozam paz" (12:6). O uso que Jó faz da palavra "seguro" no versículo 6 pode ser uma referência ao comentário de Zofar em 11:18.

3. Jó continua seu sarcasmo, observando que a sabedoria de seus amigos é possuída até pelos animais (vs. 7-12). Ele não parece estar depreciando a sabedoria dos amigos, mas antes sugere que eles não precisam ensinar-lhe o que é universalmente sabido.

B. Jó faz uma descrição do poder divino (vs. 13-25). Ainda que Jó afirme a sabedoria e a prudência de Deus, ele insiste nos atos destrutivos de Deus.

C. Os amigos de Jó são "médicos que não valem nada"; ele deseja falar com o Todo-Poderoso (13:1-19).

1. Lembrando de novo seus amigos que ele tem o mesmo conhecimento que eles possuem, ele os admoesta a ficarem calados (vs. 1-12).

a. Ele testifica que os argumentos deles não têm valor.

b. Ele os repreende por demonstrarem parcialidade em sua defesa dos atos de Deus e sugere que Deus os castigue por isso (vs. 7-11).

c. Os amigos têm mostrado parcialidade para com Deus, assumindo que Jó tinha pecado. Na opinião deles, Jó não poderia ser inocente e ainda sofrer; pois isto sugeriria que Deus era injusto ao afligir Jó. Como Jó, os amigos não parecem reconhecer a existência de Satanás e assim atribuem o sofrimento de Jó a atos de Deus. Ao assumirem a pecaminosidade de Jó, eles tinham respeitado a pessoa de Deus, enquanto se recusavam a aceitar a possível inocência de Jó!

2. Jó pretende defender seu caso diante de Deus sem se importar com as conseqüências (vs. 13-19).

a. Parece que Jó ainda está se dirigindo aos seus amigos, nesta parte.

b. Jó expressa sua confiança em que será justificado.

Jó fala a Deus (13:20 - 14:22)

A. Jó faz duas petições em preparação para a defesa de seu caso (vs. 20-22):

1. Uma pausa no seu sofrimento (vs. 21).

2. Que Deus se comunique com ele (vs. 22).

B. Jó pede a Deus que revele seus pecados e expressa perplexidade quanto ao motivo pelo qual Deus o está tratando como um inimigo (vs. 23-27).

C. Jó comenta a brevidade da vida do homem (13:28 - 14:6).

1. Em vista da vida curta do homem, por que o julgamento de Deus é tão rigoroso?

2. Jó pede que Deus desvie dele seus olhos e permita que ele descanse no tempo que sobrou.

D. Jó observa a desesperança do homem (14:7-22).

1. Diferente da árvore que rebrota de suas raízes, mesmo depois de ter sido cortada, o homem morre e "não se levanta" (vs. 7-12)

a. À primeira vista, parece no versículo 12 que Jó não crê numa ressurreição dos mortos. Contudo, Jó está falando, possivelmente, da renovação de sua vida física, neste versículo. Jó está então dizendo que o homem não pode viver outra vida física (observe a ilustração da árvore) como a que ele perdeu, mas que ele não cessa de existir na morte.

b. Parece que Jó tem alguma esperança de uma ressurreição (v. 14).

2. Jó exprime seu desejo de que Deus escondesse-o na sepultura até um tempo em que sua ira passasse e ele voltasse a "lembrar-se" dele.

3. Jó termina seu discurso em desespero (vs. 18-22). Tão certo como a erosão acontece, Deus destrói a esperança do homem.

Jó 15:1 a 17:16

O segundo discurso de Elifaz (15:1-35)

A. Elifaz repreende Jó (vs. 1-13).

1. Os discursos de Jó foram nada mais do que conversa vã (vs. 1-3).

2. Além do mais, Jó pôs de lado a reverência a Deus e abandonou sua religião (v. 4).

3. Elifaz afirma que os próprios discursos de Jó são evidência de sua culpa (vs. 5-6). Pode ser que Elifaz esteja sugerindo que as palavras de Jó sejam suficientes para condená-lo, fora qualquer pecado que ele possa ter cometido no passado (v. 6).

4. Elifaz acusa Jó de arrogância (vs. 7-11).

a. "Pensa Jó que ele é o único a ter sabedoria?"

b. "Jó está a par da sabedoria secreta de Deus?"

c. Elifaz afirma que os pensamentos expressos por ele e os outros dois amigos são apoiados por aqueles que têm mais idade e experiência (vs. 9-10).

d. "Jó desdenha as ‘consolações de Deus’?" (Elifaz está provavelmente se referindo às palavras dos amigos ou, pelo menos, a seus discursos - v. 11).

5. Elifaz repreende Jó por seu discurso ousado (vs. 12-13).

B. Elifaz afirma a inevitabilidade do pecado e assim, do sofrimento (vs. 14-16).

1. Os versículos são semelhantes a uma parte do primeiro discurso de Elifaz (4:17-19).

a. Em 4:17-19, o destaque recai sobre a fragilidade do homem; aqui, a corrupção do homem é ressaltada, talvez mesmo exagerada para realçar.

b. Ainda que Elifaz não aplique estas palavras diretamente a Jó, parece haver pouca dúvida que ele tenha Jó em mente.

2. Uma progressão pode ser vista nos discursos de Elifaz, à medida em que ele fica mais impaciente e severo com Jó.

C. Elifaz reafirma sua teoria a respeito do sofrimento e o destino do ímpio (vs. 17-35)

1. Ele inicia seus comentários apelando para a antigüidade e pureza dos sábios (vs. 17-19).

2. O ímpio é retratado como temendo as calamidades futuras, mesmo enquanto goza de prosperidade no presente (vs. 20-24).

3. Elifaz descreve o ímpio como sendo rebelado contra Deus, como um guerreiro atacando Deus com armadura completa (v. 26).

4. Elifaz assevera que mesmo se o ímpio for próspero no presente, sua impiedade o "alcançará" e sua prosperidade faltará (vs. 29-31).

5. Fazendo uso de figuras agrícolas, Elifaz ressalta a extrema esterilidade do perverso (vs. 32-35).

A réplica de Jó (16:1 - 17:16)

A. Jó descreve seus amigos como "consoladores molestos" (16:1-5). Ele poderia até dizer as mesmas coisas sem significado, se no lugar de Jó estivessem os seus amigos sofrendo, mas mesmo assim procuraria fortalecê-los e confortá-los.

B. Jó descreve a hostilidade de Deus contra ele (16:6-14).

1. Nem discurso nem silêncio aliviam sua aflição (v. 6).

2. Sua condição de miséria e de magreza é testemunho de que Deus o tem afligido e está o considerando culpado de algum pecado.

3. Por meio de uma série de figuras pitorescas, Jó acusa Deus de ter praticado violência contra ele. Tal como um animal feroz, Deus range os dentes contra Jó. Deus é, mais ainda, retratado como um lutador, um arqueiro e um guerreiro, porque assalta Jó com sofrimento.

C. Jó continua a protestar sua inocência (16:15 - 17:5).

1. Ele fala de sua tristeza (vestido de pano de saco, cabeça no pó, etc.), apesar de sua inocência.

2. Ele se dirige à terra figuradamente, exigindo justificação (vs. 18). Seu pensamento parece ser que o sangue injustamente derramado exige justiça de Deus enquanto permanece sobre a realidade da terra, não é coberto (veja Gênesis 4:10; Ezequiel 24:7-8).

3. Não encontrando conforto ou auxílio em seus amigos (16:20), Jó exprime o desejo de um mediador (v. 21).

4. Afirmando que seu tempo de vida é curto, Jó faz a Deus uma petição incomum, que lhe dê uma segurança (de sua inocência) contra o próprio Deus.

a. Seus amigos zombam de sua declaração de inocência (17:2).

b. Eles são incapazes de agir como testemunhas de sua inocência porque estão cegos para seu caso (17:4).

D. Mudando de direção novamente, Jó declara que Deus fez dele um "provérbio dos povos" (vs. 6-9).

E. Jó contraria seus amigos (17:10-16).

1. Os amigos predisseram luz (vida, bênçãos) se Jó ao menos se arrependesse.

2. Jó afirma que não tem esperança em tais bênçãos.


Jó 18:1 a 21:34

O segundo discurso de Bildade (18:1-21)

A. Bildade repreende Jó (18:1-4).

1. Bildade se admira de por quanto tempo Jó continuará a argumentar (v. 2).

2. Sua indignação com o desrespeito de Jó para com a sabedoria dos seus amigos é evidente (v. 3).

3. Bildade afirma que é Jó quem está se dilacerando. Ele pode estar respondendo aos comentários de Jó em 16:6-14. Ele ainda pergunta se Jó espera que a ordem natural das coisas (por implicação, a lei da retribuição) seja mudada por sua causa (v. 4).

B. Bildade descreve o destino dos ímpios (18:5-21).

1. O ímpio ficará nas trevas (vs. 5-6). Preservar uma lâmpada na tenda foi um modo de dizer que a família, que ali vivia, continuaria (1 Reis 11:36; 15:4; 2 Reis 8:19). Por outro lado, a idéia da lâmpada na tenda sendo apagada, sugere o fim da família que vivia naquela tenda.

2. Seu caminho será difícil (v. 7).

3. Bildade afirma a inevitabilidade da queda do ímpio, assemelhando-o a um animal apanhado num laço ou armadilha (vs. 8-19)

4. É difícil dizer se os "assombros" do versículo 11 são realmente calamidades afligindo os ímpios, seguindo cada passo, ou se Bildade está fazendo referência aos terrores de uma consciência má, como é descrita por Elifaz (15:21-23).

5. O ímpio será afligido pela fraqueza, doença ("primogênito da morte") e finalmente será vendido pela morte (vs. 12-15).

a. O "rei dos terrores" parece ser uma personificação da morte.

b. Sua casa fica desolada e amaldiçoada.

6. Bildade declara que os ímpios "secarão" e "murcharão". deixando nenhuma posteridade para trás (vs. 16-19).

7. Tal destino espanta os homens por toda parte (vs. 20-21).

A réplica de Jó a Bildade (19:1-29)

A. Jó responde à repreensão de Bildade (19:1-6).

1. Ele se admira de por quanto tempo os amigos continuarão a atacá-lo (v. 2).

2. Pelas suas reprovações eles o maltrataram e ainda não mostraram vergonha pelas suas atitudes. "Dez" é um número que significa "freqüentemente" (v. 3).

3. Apesar dos amigos afirmarem que ele era pecador, Jó quer que eles saibam que Deus o tem maltratado (vs. 4-6).

B. Jó recita o tratamento que Deus lhe deu (19:7-20).

1. As "tropas" do versículo 12 pode ser uma forma figurada de descrever as aflições de Jó.

2. Deus fez com que todos aqueles que poderiam confortá-lo ou consolá-lo fossem afastados dele (vs. 13-20). O efeito de tal afastamento como é descrito nesta parte sobre alguém que é acostumado com o respeito dos outros não deverá ser subestimado.

C. As súplicas de Jó (19:21-27).

1. Ele clama por piedade aos seus amigos, perguntando se eles precisam persegui-lo como Deus tem feito (vs. 21-22).

2. Ele deseja que suas considerações de inocência possam ser preservadas para a posteridade em um livro ou, melhor ainda, escritas numa rocha (vs. 23-24).

3. Numa triunfante expressão de fé, Jó externa sua convicção de que no final Deus o justificará. A palavra traduzida como"Redentor" no versículo 25 se refere ao parente-resgatador, o parente consangüíneo mais próximo, a quem, sob a Lei de Moisés, era dada a responsabilidade de vingar o sangue derramado ou o resgate de propriedade (veja Levítico 25:25, Rute 4:4; Números 35:19, 21).

D. Jó faz uma advertência aos seus amigos (19:28-29).

O segundo discurso de Zofar (20:1-29)

A. Aparentemente um tanto picado pela advertência de Jó (19:28-29), Zofar sente-se compelido a "partilhar" seu entendimento com Jó (20:1-3).

B. Zofar relembra Jó de que a vida e a prosperidade dos ímpios é breve (20:4-11).

1. A brevidade da prosperidade do ímpio é um fato conhecido desde a antigüidade. Zofar pergunta se Jó não sabe disto (vs. 4-5).

2. Sem importar a altura de sua arrogância, ele perecerá e não será lembrado (vs. 6-9).

3. Sua posteridade não gozará sua prosperidade (v. 10).

4. O ímpio morrerá jovem, isto é, em sua plena força (v. 11).

C. Zofar identifica o salário da impiedade (20:12-29).

1. Nos versículos 12-14, ele usa uma figura interessante para descrever a atitude do ímpio para com o mal. É como um delicioso pedaço de comida que ele mantém na boca, saboreando o gosto e desejando degustá-lo até o fim. Contudo, quando ele engole, a mesma comida é transformada em veneno!

2. Seguindo a mesma idéia, o ímpio não gozará ou reterá os frutos de sua impiedade (vs. 15-23, 28-29).

a. Ele se tornará presa dos outros (v. 22).

b. Quando ele tentar gozar sua prosperidade, Deus o punirá (v. 23).

3. O julgamento é certo e completo (vs. 24-26).

4. Conquanto Jó implorasse à terra que não encobrisse seu sangue (16:18), Zofar aqui personifica o céu e a terra levantando-se para testificar contra o pecador (v. 27).

A réplica de Jó a Zofar (21:1-34)

A. Jó apela a seus amigos (21:1-6).

1. Ele sugere que a atenção deles a seu discurso será a consolação adequada (v. 2).

2. Depois que ele terminar, eles poderão zombar à vontade (v. 3).

3. Jó declara que sua queixa não é contra o homem e justifica sua impaciência (vs. 4-6).

B. Jó relata a prosperidade dos ímpios (21:7-16).

1. Jó chama a atenção de seus amigos para os fatos reais da vida:

a. Os ímpios, de fato, vivem longas vidas e vêem seus descendentes (v. 7-8).

b. Eles prosperam materialmente (vs. 9-10).

c. Eles gozam a vida (vs. 11-13a).

d. Em contraste com Jó, os ímpios, freqüentemente, morrem rapidamente e sem sofrimento (v. 13b).

e. Jó afirma que estas são pessoas que abertamente desafiam a Deus (vs. 14-15).

2. Apesar destes fatos, Jó não tem simpatia pelos ímpios (v. 16).

C. Jó responde aos argumentos dos amigos (21:17-21).

1. Bildade tinha sugerido em seu discurso que a lâmpada dos ímpios é apagada (18:5-6). Jó pergunta, "Com que freqüência isto realmente acontece (v. 17)?"

2. Jó faz mais três perguntas, cujo sentido é, "Com que freqüência os ímpios recebem punição como vós (os amigos) têm asseverado?"

3. Antecipando a resposta hipotética que os filhos dos ímpios sofrerão (v. 19a), Jó sugere que a justiça real resultaria na punição dos ímpios e não de seus filhos (vs. 19-21). O próprio ímpio deveria "beber" da ira de Deus e experimentar pessoalmente a paga por seus pecados.

a. O homem ímpio não se preocupa com o que acontece com seus familiares depois que ele morre (v. 21).

b. Tal doutrina não oferece impedimento para o pecado.

D. A conclusão de Jó (21:22-26).

1. Ninguém é capaz de ensinar a Deus (v. 22).

2. O ponto de Jó nos versículos 23-26 parece ser que não se pode generalizar sobre a punição temporal dos ímpios. Alguns prosperam, outros sofrem, mas finalmente todos eles morrem, todos eles são dirigidos para o mesmo fim.

E. Jó responde a seus amigos ainda mais (21:27-34).

1. Ele está ciente de que eles procuraram caracterizá-lo como ímpio (v. 27).

2. Em resposta a uma pergunta hipotética de seus amigos (perguntando pela evidência da prosperidade do ímpio como Jó a esmiuçou), Jó replica que qualquer viajante poderia dizer-lhes que as coisas não são como eles têm estado afirmando (v. 29). De fato, o ímpio, em vez de ser afligido, é freqüentemente poupado no dia da calamidade e livrado da ira (v. 30).

3. Em vez de serem condenados, os homens honram os ímpios em sua morte (vs. 31-33).

4 Em vista das falsidades de suas teorias, Jó pergunta como seus três amigos esperam consolá-lo (v. 34).


Jó 22:1 a 24:25

O terceiro discurso de Elifaz (22:1-30)

A. Elifaz começa mais uma vez a discussão da razão do sofrimento de Jó (22:1-5).

1. Elifaz defende seu ponto de vista fazendo diversas perguntas persuasivas.

2. Ele parece estar dizendo que Deus não tem nada a ganhar do homem; ele não está fazendo Jó sofrer por alguma razão pessoal, egoísta.

3. Elifaz insinua (v. 4) que Deus certamente não está afligindo Jó por causa da piedade que Jó tem estado afirmando. A única outra resposta é que ele está sofrendo por sua grande pecaminosidade (v. 5).

B. Supondo ter acertado toda a causa do sofrimento de Jó, Elifaz continua a alistar os pecados de Jó (22:6-11).

1. Naturalmente, Elifaz acusa Jó desses pecados sem qualquer prova (veja 4:1-4).

2. Ele acusa Jó de falta de compaixão, de crueldade e de avareza.

3. Elifaz resume que é por causa destes pecados específicos que Jó está rodeado de perturbação e calamidade (v. 11).

C. Elifaz emite uma advertência a Jó sobre sua atitude em geral (22:12-20).

1. O versículo 12 parece ser o comentário de Elifaz e exprime a opinião tanto do justo como do ímpio.

2. Contudo, o ímpio tira uma conclusão diferente da do piedoso. O ímpio afirma que Deus está tão afastado dos negócios dos homens que não conhece ou não se interessa pelo que eles estão fazendo.

3. É desta atitude que Elifaz acusa Jó (vs. 13 e segs.)

4. Ele então chama a atenção de Jó para o fato de que "os homens iníquos" têm assumido esta atitude (v. 15) e foram punidos por isso (vs. 15-18).

5. Os justos, de acordo com Elifaz, deleitam-se com o castigo dos ímpios (v. 19-20).

D. Elifaz descreve as bênçãos que acompanham o arrependimento (22:21-30).

1. Tendo acabado de falar algumas das palavras mais rudes e mais injustas de todos os discursos dos amigos, Elifaz agora "abranda" seu discurso retornando ao tema das bênçãos do arrependimento, assim como o fez no início de seu primeiro discurso.

2. Jó deveria reconciliar-se com o Todo-Poderoso e "receber instrução" dele (vs. 21-22).

3. O Senhor então restabelecerá tornará a prosperidade de Jó e ele porá de lado sua prosperidade material (vs. 23-26).

4. Tal seria o favor de Jó com o Senhor que, se fosse abatido temporariamente, Deus o livraria. Jó até seria capaz de fazer intercessão em favor de pecadores, uma profecia desconhecida do papel que Jó desempenharia no fim do livro, e com respeito aos seus três amigos (vs. 27-30)!!

A resposta de Jó (23:1 - 24:25)

A. Jó repete seu desejo de encontrar-se com Deus e defender seu caso (23:1-9).

1. Ainda que quase pareça que esta "réplica" seja uma fala consigo mesmo, é bem possível que os comentários de Jó nesta parte sejam em resposta à admoestação de Elifaz para que Jó "se reconcilie" com Deus (conf. 22:21). Jó não preferiria outra coisa (vs. 1-5).

2. Jó expressa sua confiança em que uma tal confrontação resultaria em sua libertação, a justificação de sua inocência (vs. 6-7).

3. Contudo, Jó proclama sua incapacidade de "encontrar" Deus para uma tal confrontação (vs. 8-9).

B. Jó declara sua inocência (23:10-12).

1. Apesar de sua incapacidade de "encontrar-se" com Deus, Jó está confiante em que Deus conhece sua conduta e que, no final o proclamará justo (v. 10).

2. Numa maravilhosa descrição de fidelidade, Jó novamente declara-se justo (11-12).

C. Jó afirma que ele precisa esperar justiça (23:13-17).

1. Ele afirma que Deus não se afastou de seus propósitos (v. 13).

2. O tratamento que ele dá a Jó e muitos outros "enigmas de justiça" precisam seguir seu curso (v. 14).

3. Jó fala de seu temor do Todo-Poderoso (v. 15-16).

4. No versículo 17, parece que Jó está dizendo que ele não é perturbado simplesmente pelas trevas de sua situação, mas antes pelo fato de que foi Deus quem colocou este sofrimento sobre ele.

D. Jó cita a inescrutabilidade dos atos de Deus nos negócios dos homens (24:1-25).

1. Esta parte é um ataque à doutrina dos amigos que os ímpios sempre sofrem e os justos prosperam.

2. Jó pergunta porque a justiça de Deus não é mais aparente; porque ele não indicou tempos quando o castigo é realizado (vs. 1-2).

3. Jó descreve a impiedade de alguns que tiram vantagem dos indefesos e desafortunados (vs. 2-4).

4. Ele ainda descreve mais o sofrimento que tais perversidades causam aos pobres (vs. 5-8).

5. A lista dos feitos perversos é continuada (vs. 9-17).

6. No meio de toda esta impiedade e apesar dos clamores dos oprimidos, os ímpios parecem estar pecando impunemente (v. 12 -"contudo, Deus não tem isso por anormal"). É também possível que Jó esteja falando daqueles que estão sofrendo. Eles estão sofrendo e no entanto não foram acusados de erro, i. e., sofrimento inocente. De qualquer modo, este cenário está em desarmonia com a doutrina dos amigos.

7. Jó descreve qual será o destino dos ímpios, de acordo com os amigos (vs. 18-21).

8. E no entanto os ímpios parecem prosperar e, se forem abatidos, é como acontece com todos os homens (vs. 22-24).

Jó 25:1 a 26:14

O terceiro discurso de Bildade (25:1-6)

A. A brevidade do terceiro discurso de Bildade parece indicar que os amigos estão ficando sem ter o que dizer. Ele nem sequer tenta responder aos recentes argumentos de Jó que os ímpios sempre prosperam.

B. Bildade afirma o poder e a majestade do Todo-Poderoso (25:2-3).

C. A capacidade do homem para manter inocência diante de Deus (25:4-6)

1. O comentário de Bildade nestes versículos é paralelo àqueles de Elifaz (4:7-19; 15:14-16).

2. O ponto de Bildade parece ser repreender Jó por pensar que poderia ser justo diante de Deus.

a. É um argumento do maior para o menor.

b. Jó tem insistido em sua inocência de qualquer pecado que justificasse seu sofrimento. Ele tem afirmado, diversas vezes, que está confiante que sua justificação é apenas questão de tempo.

A réplica de Jó (26:1-14)

A. Alguém poderia sugerir que a réplica especial de Jó a Bildade vai além do capítulo 26, o que pode muito bem ser verdadeiro.

B. Jó questiona a utilidade das palavras de Bildade (26:1-4).

1. Jó afirma a impropriedade dos argumentos de Bildade para ajudar, para aconselhar, para salvar, etc. aqueles que necessitam de auxílio.

2. É provável que Jó esteja zombando nestes versículos.

C. Jó descreve o poder de Deus (26:5-14).

1. Mesmo no mundo dos mortos, o poder de Deus é reconhecido (vs. 5-6).

2. Ele continua sua descrição observando as manifestações do poder de Deus no céu e na terra (vs. 7-14).

3. O ponto do discurso de Jó parece ser que ele reconhece o poder de Deus e não precisa de instrução dos seus "amigos" a este respeito.

4. Pode ser que Jó esteja dizendo que se o homem está atemorizado diante do poder e da ação de Deus na natureza, como pode ele esperar entender a ação de Deus na ordem moral (seu domínio sobre ímpios e justos). Veja versículo 14.

Jó 27:1 a 28:28

As declarações de Jó a respeito de si e de Deus (27:1-23)

A. Jó reafirma sua declaração de inocência (vs. 1-6).

1. Fazendo um juramento, Jó assevera que não pecará com palavras injustas.

2. Parece que o que ele tem em mente é o pecado de confessar um pecado do qual ele não é culpado. Isto seria "engano" (veja v. 4).

a. Dizer que os amigos estavam certos, seria o mesmo, para Jó, que admitir que ele tinha pecado de tal modo a merecer o "castigo" que estava recebendo.

b. Antes que "dar razão" a seus amigos, ele poderia continuar a afirmar sua inocência.

B. Nota especial:

1. O restante do texto da lição compreende uma das partes mais difíceis do livro de Jó. Uma porção (conf. 27:7-23) não parece ajustar-se no pensamento de Jó, o qual já observamos anteriormente, antes, parece descrever o pensamento dos três amigos. O capítulo 28, na opinião de algumas pessoas, não está bem relacionado com os capítulos 27 e 29.

2. Para lidar com estes "problemas", há quem tenha sugerido que parte do capítulo 27 (vs. 7-23) realmente constitui o terceiro discurso de Zofar. Outros também sugerem que todo o capítulo 28 foi escrito muito mais tarde do que o resto de Jó e sendo assim não é inspirado.

3. Nestas notas, estes dois capítulos serão considerados como tendo sido ditos por Jó. Os seguintes pontos deverão ser observados:

a. Jó já afirmou que a justiça no final será cumprida; pelo menos ele acredita que será justificado por Deus (por exemplo, veja 23:10; 19:25). Jó não entende o "como" e o "porquê" deste processo. Ele observou que tal justiça freqüentemente não é cumprida nesta vida, e que ainda os ímpios recebem bênçãos de Deus neste mundo.

b. É bem possível que, no capítulo 28, o ponto de Jó seja que o "como" e o "quando" do castigo da impiedade do homem estão dentro do domínio da sabedoria de Deus e que o homem não pode atingi-la.

c. Algumas pessoas sugerem que, ainda que Jó esteja falando em 27:7-23, ele está falando de uma maneira irônica, citando o argumento dos amigos e relegando toda a matéria da justiça à sabedoria de Deus (capitulo 28).

C. Jó declara a justiça de Deus (27:7-23).

1. Esta parte é iniciada pelo desejo de Jó de que seus inimigos sejam castigados como o os ímpios são (v. 7).

2. Versículos 9-10 podem pretender mostrar a diferença entre o homem ímpio e Jó. Jó continuou a "apelar para Deus".

3. A declaração de Jó é a mesma que a dos amigos: se o ímpio prospera, não será por muito tempo.

4. A ênfase do versículo 18 refere-se à natureza temporária do ímpio, assim como é transitório o seu abrigo.

A incapacidade do homem de descobrir a sabedoria

(28:1-28)

A. Jó relata a admirável capacidade do homem para escavar a terra em busca de tesouros (vs. 1-11).

1. Ele descreve alguns processos de mineração que existiam naquele tempo.

2. Jó está ressaltando a inteligência do homem e sua superioridade sobre os animais (particularmente o falcão com sua vista superior, e o leão, um animal de imensa coragem) que não têm, afinal, pisado esses caminhos no fundo da terra.

B. A sabedoria é um tesouro de valor imenso (vs. 12-19).

1. Apesar da busca inspirada do homem por pedras e metais valiosos, ele é incapaz de "escavar" a sabedoria; de fato, ele não sabe sequer o seu valor (vs. 12-14).

2. A sabedoria não pode ser extraída da terra como se escavam tesouros. Seu valor está tão longe de tais tesouros que não é possível trocá-los por ela (vs. 15-19).

C. Deus é o possuidor da verdadeira sabedoria (vs. 20-28).

1. A sabedoria aqui considerada está oculta ao homem (vs. 20-21).

2. Até mesmo a morte e a perdição apenas ouviram falar da sabedoria (v.22).

3. Jó dá evidência da posse de sabedoria por Deus observando as obras ordenadas da natureza (vs. 23-26).

4. O homem só pode conhecer a sabedoria como Deus a revela e sua declaração é afirmada por Jó (v. 28).

Jó 29:1 a 31:40

Jó descreve seu passado feliz (29:1-25)

A. Jó tem saudade do tempo quando Deus velava por ele (vs. 1-10).

1. Era um tempo de fartura e prosperidade (v. 6).

2. Jó gozava do respeito de todos os outros homens, tanto jovens como velhos (vs. 7-10).

B. Ele declara a razão para tal respeito (vs. 11-17).

1. Sua conduta reta era conhecida pelos outros.

2. Ele tinha ajudado os necessitados, até ao ponto de resgatá-los dos ímpios (v.17).

C. Jó relembra seus antigos sentimentos (vs. 18-20).

1. Ele tinha previsto a continuação das bênçãos e da prosperidade em vista de sua justiça.

2. "Expirar no meu ninho" parece significar que Jó tinha previsto morrer em seu próprio lar ou que morreria na presença e no conforto de seus filhos (v. 18).

3. O arco era um símbolo de força; Jó tinha previsto a bênção de vigor inquebrantável (v. 20).

D. Jó continua a se lembrar do respeito que tinham por ele no passado (vs. 21-25).

1. Seu conselho era tão bem recebido como as chuvas necessárias e sua advertência não era discutida (vs. 21-23, 25).

2. Ele era uma fonte de ânimo para aqueles que estavam desanimados e não se deixava afetar pelo desânimo deles (vs. 24).

Jó descreve o mau trato recebido no presente (30:1-31)

A. Ele descreve os jovens que agora zombam dele (vs. 1-8).

1. Enquanto ele costumava gozar do respeito dos idosos e nobres, agora é zombado pelos que pertencem à mais baixa camada da sociedade.

2. Os escarnecedores eram esfomeados e animalescos!

B. Jó relata seu tratamento nas mãos destes marginais (vs. 9-15).

1. Eles o maltratam como se ele fosse o vagabundo.

2. Jó usa a figura de uma cidade sitiada para retratar o abuso deles (veja vs. 12).

C. Jó volta sua atenção para o sofrimento que lhe é causado por Deus (vs. 16-23).

1. Ele se tornou desesperançado como resultado de sua dificuldade (vs. 16).

2. Ele recita os efeitos de sua aflição física (vs. 17-18).

3. Começando no versículo 19, Jó dirige seus comentários ao próprio Deus.

a. Ele acusa Deus de ser cruel com ele e então ser indiferente ao seu sofrimento (vs. 20-21).

b. O versículo 22 parece significar que Deus tornou a vida de Jó "tempestuosa."

c. Jó está certo de que Deus causará sua morte (vs. 23).

D. Jó lamenta seu tratamento nas mãos de seus companheiros (v. 24-31).

1. É mais do que razoável que o sofredor busque ser assistido por outros (v. 24).

2. Ponderando que ele tinha ajudado os outros, Jó está aflito por ter ele mesmo recebido tão pouca ajuda dos outros (vs. 25-26).

3. Ele está acabado pela miséria (vs. 27-31).

a. Ele é considerado boa companhia somente para os animais do deserto (v. 29). Pode ser que Jó mencione estes animais (chacais) por causa de seus gritos inconfundíveis, que parecem sons de sofrimento.

b. Seu sofrimento físico é grande, não lhe deixando motivo para alegrar-se (vs. 30-31).

III. Jó afirma sua inocência (31:1-40)

A. Para quase todo pecado do qual Jó declara sua inocência, o modelo é o mesmo. Ele pronuncia uma maldição sobre si mesmo "se" tiver cometido tal impiedade, sendo a conclusão que sua integridade está intacta.

B. Ele proclama sua inocência na área dos pecados sensuais (vs. 1-12).

1. Ele tinha sido diligente em evitar a cobiça pelas mulheres, percebendo que não poderia esperar as bênçãos de Deus se ele fizesse isso (vs. 1-4).

2. Observe as maldições que ele lança sobre si mesmo nesta parte:

a. Privação dos benefícios de seus labores (v. 8).

b. Sua esposa ser escrava de outro homem para sofrer violência sexual nas mãos de outros homens.

C. Ele cita sua recusa em abusar de seu poder sobre seus servos, raciocinando que eles foram formados pelo mesmo Deus que ele (vs. 13-15).

D. Jó declara que tinha sempre cumprido suas responsabilidades beneficentes para com os desventurados e não tinha tirado vantagem dos desamparados (vs. 16:23).

1. A expressão "desde o ventre de minha mãe" é uma figura hiperbólica (exagerada) significando desde a juventude da pessoa (v. 18).

2. O versículo 21b se refere aparentemente à oportunidade para obter vantagem com a aprovação daqueles que normalmente eram responsáveis em cuidar que a justiça fosse feita.

E. Por dedução, Jó declara ser limpo do pecado de confiar em sua riqueza (vs. 24-25).

F. Por dedução, ele nega ser culpado de idolatria (vs. 26-28).

G. Ele é inocente de pensamentos desonrosos para com seus inimigos (vs. 29-34).

1. Observe que toda a parte consiste de sentenças incompletas, nas quais Jó apresenta a condição, mas omite a conseqüência.

2. Ele declara que não tem escondido seus pecados como Adão o fez; ele não temia que outros conhecessem sua conduta (vs. 33-34).

H. Tendo completado sua defesa, Jó novamente exprime seu desejo de encontrar-se com Deus e saber as acusações que estão sendo feitas contra ele (vs. 35-40).

1. Ele prestaria contas de sua conduta alegremente, confiante que tinha vivido retamente e que tal coisa seria reconhecida (vs. 35-37).

2. Jó conclui chamando sua terra como testemunha de que ele não tinha sacrificado sua integridade (vs. 38-40).

Jó 32:1 a 34:37

O primeiro discurso de Eliú (32:1 - 33:33)

A. Eliú é estimulado a entrar na discussão (32:1-5).

1. Há uma pausa no debate porque os amigos evidentemente sentem a inutilidade de responder a Jó, e este terminou sua defesa.

2. É nos apresentado Eliú, que não tinha sido mencionado anteriormente no livro, mas que, obviamente, ouviu a conversa entre Jó e seus amigos.

3. Em consideração à idade avançada dos três amigos e de Jó, Eliú tem permanecido calado, mas agora sua ira se acendeu contra todos os quatro.

a. Sua ira contra Jó foi porque Jó estava mais interessado em justificar-se do que em afirmar a justiça de Deus (v. 2).

b. Sua ira contra os amigos foi porque eles tinham condenado Jó quando não tinham uma resposta para o dilema dele (vs. 3, 5).

B. Eliú explica sua intervenção na discussão (32:6-14).

1. Ele tinha-se contido para não entrar na discussão até que a "idade" tivesse falado, mas tinha ficado óbvio que idade não garante sabedoria (vs. 6-9).

2. Ele tinha ouvido atentamente as palavras dos amigos, mas eles não tinham convencido Jó e ele os alerta do erro em afirmar que somente Deus poderia responder a Jó (vs. 10-13).

3. Eliú não usará os argumentos ineficazes deles (v. 14).

C. Eliú declara sua ansiedade por falar (32:15-22).

1. Ele nota o silêncio dos amigos e então afirma: "...declararei minha opinião" (vs. 15-17).

2. Ele compara sua ansiedade por falar com a pressão do vinho que está fermentando e não tem como liberar os gases produzidos (vs. 18-20).

3. Ele exprime sua intenção de não mostrar nenhuma parcialidade, nem de lisonjear (vs. 21-22).

D. Eliú anima Jó a ouvir e responder, se puder (33:1-7).

1. Ele afirma a veracidade do que está dizendo (vs. 1-3).

2. Ele também recorda a Jó sua simples humanidade para com ele, indicando que não o aterrorizará ou o pressionará, como Jó acusou Deus de fazer (vs. 5-7; veja 9:34; 13:21; 23:15).

E. Eliú cita as declarações de Jó (33:8-11).

F. Eliú responde aos clamores de Jó (33:12-30).

1. Parece que Eliú primeiramente castiga Jó porque ele havia sugerido que Deus precisava explicar seus atos; Deus não precisa prestar contas ao homem (vs. 12-13).

2. Eliú afirma, contudo, que Deus de fato fala ao homem com o propósito de instruí-lo (vs. 14-18).

3. Eliú sugere que Deus também usa a dor para castigar e ensinar os homens (vs. 19-30).

a. A aflição de um homem é descrita. A descrição realmente se ajusta ao caso de Jó muito bem (vs. 19-22).

b. Deus mostra sua graça revelando ao homem aflito a razão de seu sofrimento e preservando o homem da morte (vs. 23-26).

c. O homem castigado por Deus e arrependido confessará seus pecados, ao reconhecer a misericórdia de Deus (vs. 27-28).

G. Eliú encoraja novamente Jó a ouvi-lo e a respondê-lo se puder (33:31-33).

O segundo discurso de Eliú (34:1-37)

A. Eliú apela aos seus ouvintes para que raciocinem com ele (vs. 1-4).

B. Eliú cita as queixas de Jó (vs. 5-9).

1. Jó afirmou sua inocência e acusou Deus de injustiça (vs. 5-6).

2. Eliú mantém que, por suas palavras, Jó juntou-se à companhia dos ímpios (vs. 7-9).

C. Eliú afirma a justiça de Deus (vs. 10-30).

1. É impensável que o Todo-Poderoso cometesse iniquidade; ele recompensa os homens de acordo com suas obras (vs. 10-12).

2. Deus age, de fato, maliciosamente? Se Deus agisse egoistamente, pensando somente em si, o homem pereceria rapidamente porque o homem depende em todos os momentos da bondade de Deus (vs. 13-15).

3. Eliú indica a inconveniência de questionar a justiça de Deus (vs. 16-18).

4. Deus não mostra parcialidade; o rico e o pobre são ambos sua criação (vs. 19-20).

5. Eliú declara que os ímpios não estão escondidos de Deus e que ele os aniquila (21-28). Ele também tem compaixão dos aflitos.

6. Ninguém é capaz de resistir ao seu julgamento (vs. 29-30).

D. Deus não está sujeito ao homem. Parece que Eliú está tentando fazer com que Jó veja que Deus não tem que se comportar segundo os termos dos homens (vs. 31-33).

E. Eliú acusa Jó de impiedade (vs. 34-37).

1. Eliú afirma que tem o apoio dos sábios em sua apreciação da conduta de Jó (vs. 34-35).

2. Eliú acredita que Jó tem falado como ímpio e deverá ser punido como tal (vs. 36).

3. Ele acusa Jó de rebelião e irreverência para com Deus (vs. 37; veja 27:2).

Jó 35:1 a 37:24

O terceiro discurso de Eliú (35:1-16)

A. Eliú cita as queixas de Jó (35:1-3).

1. A citação no versículo 2 ("Maior é a minha justiça do que a de Deus?") não parece ser uma citação real de Jó, mas antes a percepção de Eliú da opinião de Jó.

2. Enquanto a citação no versículo 3 também não parece ser uma citação palavra por palavra, ela parece conter o sentido das palavras de Jó em 9:28-31.

B. Eliú replica às alegações de Jó (35:4-8).

1. A referência a "amigos" (v. 4) provavelmente significa outros com a atitude de Jó , antes que seus três amigos Elifaz, Bildade e Zofar.

2. Ele chama a atenção de Jó para o fato de que um Deus transcendente não é afetado (ajudado ou atingido) nem pela justiça do homem nem pela impiedade (vs. 5-7).

3. Eliú não parece estar dizendo que Deus é indiferente ao comportamento do homem (veja 36:5-15).

4. Outros homens são afetados pelo comportamento de um homem (v. 8).

C. Eliú explica porque Deus deixa de aliviar algum sofrimento (35:9-13).

1. Os oprimidos clamam (v. 9), mas Deus não responde (v. 12).

2. Eliú sugere que a razão porque Deus não responde é porque aqueles que clamam freqüentemente o fazem sem intenção de reconhecer a soberania de Deus ou glorificá-lo, pois são muito orgulhosos (vs. 10-12).

D. Eliú repreende Jó (35:14-16).

1. Eliú observa Jó dizer que apresentou seu caso e não pode encontrar Deus para ouvi-lo. Eliú aconselha-o a ser paciente, porque Deus conhece sua situação e agirá (v. 14).

2. Jó disse que ansiava por um encontro face a face com Deus para apresentar seu caso (por exemplo, 23:3-5).

3. Eliú afirma que Jó, porque Deus não agiu rapidamente, entregou-se a conversa vã e tola (vs. 15-16).

A conclusão de Eliú (36:1 - 37:24)

A. Eliú reafirma a justiça de Deus (36:1-15).

1. Eliú roga paciência de Jó porque tem mais o que dizer (vs. 1-4). Se Eliú estiver falando de si mesmo no versículo 4, como parece provável, sua arrogância é um tanto irresistível (contudo, veja 37:16 que fala de Deus).

2. Eliú apoia sua afirmação da justiça de Deus descrevendo-a.

a. Ele exalta os justos e deserda os ímpios (vs. 6-7).

b. Se os justos de fato sofrem, sua dor é disciplinar por natureza. Se eles gozarem de prosperidade ou perecerem no futuro, depende deles receberem adequadamente o castigo de Deus (vs. 8-12; observe o mesmo argumento em 33:14-30).

3. Eliú descreve aqueles que não se converterão de seu pecado e retrata o seu fim (vs. 13-15).

a. Observe a similaridade entre o discurso de Eliú aqui e o de Elifaz (cap. 15).

b. "Prostitutos cultuais" é provavelmente uma referência a prostitutos masculinos do templo. É também provável que estes indivíduos fossem homossexuais (veja 1 Reis 14:24; Deuteronômio 23:17).

B. Eliú acautela Jó (36:16-25).

1. Eliú aplica os princípios que acaba de notar a Jó como uma explicação para o sofrimento contínuo de Jó (vs. 16-17).

2. Ele adverte Jó para que sua precipitação não faça com que Deus o destrua subitamente, lembrando que ele, Jó, não poderia impedir tal julgamento (vs. 18-19).

3. Eliú admoesta Jó a escolher suportar seu sofrimento do que voltar-se, em seu desencorajamento, para a iniqüidade (vs. 20-21).

4. Eliú continua advertindo Jó, asseverando implicitamente que ninguém tem direito a ensinar ou admoestar Deus (vs. 22-23).

5. A resposta adequada do homem a Deus é magnificá-lo (vs. 24-25).

C. Eliú ilustra a grandeza e o poder de Deus (36:26 - 37:13).

1. Eliú chama a atenção de Jó para a obra de Deus na natureza, particularmente para o seu domínio do tempo (nuvens, trovão, neve, chuva, vento, etc.).

a. Ele menciona diversos propósitos por trás dos atos de Deus: julgamento ou correção (36:31; 37:13); provisão de alimento (36:31); misericórdia (37:13).

b. Por diversas das suas afirmações (por exemplo, 36:29; 37:5, 7), torna-se aparente que o propósito de Eliú é impressionar Jó com a impotência do homem comparada com o poder de Deus.

2. Em minha opinião, Eliú sustenta belamente e com sucesso sua proposição, "Deus é grande" (36:26).

D. Eliú desafia Jó (37:14-24).

1. Ligado com a parte anterior, Eliú faz a Jó um número de perguntas destinadas ou a mostrar sua incapacidade para entender os atos de Deus ou a impotência de Jó diante de Deus (vs. 14-18).

2. Eliú, com uma ponta de zombaria, pergunta a Jó o que os homens deveriam dizer a Deus. Ele então, afirma que, para os homens falarem ignorantemente seria convidar a destruição, algo que Eliú não deseja fazer (vs. 19-20).

3. Eliú fala da inacessibilidade a Deus, mas afirma que o homem pode confiar em que ele seja justo e que, como resultado, os homens o reverenciem.

4. Eliú afirma que Deus não olha aqueles que são "sábios em seu próprio entendimento". Pode ser que Eliú fez esta afirmação tendo Jó em mente.

Jó 38:1 a 40:5

Deus interroga Jó a respeito da natureza inanimada (38:1-38)

A. Jó tinha expressado freqüentemente o desejo de falar com Deus e seu anseio é satisfeito, mas a "discussão" não é exatamente o que Jó imaginava que seria!

B. Deus interroga Jó a respeito de seu (de Jó) conhecimento da criação (vs. 4-7).

1. Obviamente, a maioria das perguntas feitas pelo Todo-Poderoso são de natureza primorosa.

2. "Estrelas da alva" no versículo 7 parece ser um sinônimo para os filhos de Deus.

C. Ele interroga Jó sobre a origem e o conteúdo do mar (vs. 8-11).

1. Ele descreve seu começo usando a figura de um nascimento. Neste capítulo inteiro, o Senhor usa linguagem figurativa para falar sobre várias forças da natureza. Sua descrição da natureza não tem o intento de ser um tratado científico do assunto, nem repousa na linguagem científica do homem moderno.

2. Há poucas coisas tão poderosas como o mar, e ainda Deus afirma que ele traça os seus limites.

D. Deus pergunta se Jó é responsável pela aurora de um novo dia (vs. 12-15).

1. Deus retrata a terra como um vestuário cujas bordas são agarradas pela aurora e os ímpios são sacudidos dele (v. 13).

2. Pelos fatos de que a luz da aurora "quebra o braço" dos ímpios e que Deus é responsável pela luz da manhã, parece provável que Deus esteja afirmando sua justiça moral, um assunto que Jó tinha questionado (v. 15).

E. A Jó é perguntado se ele tinha algum conhecimento das profundezas da terra; se tiver, ele é encorajado a "dizê-lo" (vs. 16-18).

F. Deus quer saber o que Jó conhece sobre as moradas da luz e das trevas (vs. 19-21).

1. Luz e trevas são personificadas. Conhece Jó o caminho para suas moradas?

2. De um modo agudo, Deus sugere que talvez Jó saiba isso porque ele é muito velho (i. e., presente na criação, quando a luz e as trevas foram criadas).

G. Deus ainda interroga Jó sobre os elementos (vs. 22-30).

1. Ele quer saber se Jó inspecionou os tesouros de Deus da neve e do granizo. Observe que há novamente referência à justiça moral de Deus no propósito da neve e do granizo (vs. 22-23; veja Josué 10:11).

2. Deus divide a luz em suas resplendentes cores no arco-íris, mas Jó sabe como isso é feito (v. 24)?

3. Deus propõe mais perguntas a respeito dos fenômenos naturais o que também serve para ressaltar que o cuidado de Deus se estende além da humanidade (vs. 25-27).

4. Usando a figura de um nascimento, Deus pergunta a Jó sobre a origem da chuva, do orvalho, do frio que congela e do gelo (vs. 28-30).

H. Voltando sua atenção para os corpos celestes, Deus pergunta a Jó se ele pode organizá-los e comandá-los (vs. 31-33).

I. Deus questiona se os elementos corresponderão aos comandos de Jó (vs. 34-38).

1. Naturalmente, o Senhor sabe que Jó não pode comandar os elementos da natureza. Suas perguntas são destinadas a ressaltar o conhecimento limitado de Jó e o comando do mundo em volta dele.

2. Se Jó não entende nem mesmo estes fenômenos naturais do mundo, como pode ele esperar entender as obras de Deus na área da justiça? Jó não pode comandar a natureza nem os corpos celestes; por que ele tem a presunção de questionar a justiça ou o poder daquele que criou estas coisas e continua a dominá-las?

Deus interroga Jó a respeito do reino animal (38:39 - 39:30).

A. Voltando sua atenção para a natureza animada, Deus pergunta a Jó se ele pode fornecer comida para o leão e para o corvo (vs. 39-40). No caso do leão, pode ser que Deus esteja se referindo àquela coisa maravilhosa que os animais possuem, isto é, instinto.

B. Deus inquire Jó a respeito dos hábitos de nascimento da cabra selvagem e das cervas (39:1-4).

C. Deus questiona se Jó é responsável por dar ao jumento selvagem seu desejo de liberdade (vs. 5-8). "Jó cuida dele na terra árida?"

D. A seguir Jó é interrogado com respeito ao boi selvagem (vs. 9-12).

1. A tremenda força do boi selvagem é o ponto importante.

2. Pode Jó conter este animal a ponto de usá-lo para fins domésticos, tais como arar ou colher?

E. Deus chama a atenção de Jó para o avestruz (vs. 13-18).

1. Jó não é perguntado nesta parte. Em vez disso, parece que o propósito de Deus é impressionar Jó com a diversidade da natureza quando ele descreve o avestruz.

2. O avestruz é uma pobre mãe por comparação e no entanto Deus lhe deu uma tão impressionante velocidade (algumas vezes 70 quilômetros por hora) que ela pode facilmente correr mais do que um cavalo com seu cavaleiro.

F. Resumindo o interrogatório a Jó, Deus lhe pergunta que papel ele desempenhou na feitura do magnífico animal que é o cavalo (vs. 19-25).

1. A impetuosidade e a coragem de um cavalo de guerra são bem descritas.

2. Pode Jó reivindicar ter produzido um tão belo espécime de força?

G. Deus questiona se Jó é responsável pelos admiráveis feitos do falcão e da águia (vs. 26-30).

1. É pela inteligência de Jó que o falcão voa sem tanto esforço?

2. Jó ensinou a águia a fazer seu ninho na segurança das alturas? É ele responsável pela incrível visão dela, permitindo-lhe distinguir a presa no chão enquando paira alto acima da terra?

O desafio de Deus e a resposta de Jó (40:1-5)

A. A Jó agora é perguntado se ele ainda deseja contender com Deus e dar-lhe instruções (vs. 1-2).

1. Não é por acaso que Deus é descrito como o Todo-Poderoso!

2. Se Jó desejar continuar, ele tem que responder às perguntas que Deus tinha acabado de fazer, o que é, obviamente, um feito impossível.

B. Jó entende o ponto do Senhor. Ele tinha ficado impressionado com sua própria insignificância à luz da grandeza de Deus, e promete ficar calado (vs. 3-5).

Jó 40:6 - 42:6

Deus desafia Jó a demonstrar seu poder (40:6-14)

A. Ainda que Jó tenha indicado sua intenção de permanecer calado, Deus não terminou de ensiná-lo e assim ele começa um segundo discurso do mesmo modo com que o primeiro foi começado (v. 7; veja 38:3).

B. Deus pergunta a Jó se ele desafiaria a justiça de Deus (v. 8).

1. Jó na verdade questionou a justiça de Deus e tinha virtualmente sugerido que ele próprio era mais justo do que Deus, afirmando sua própria justiça antes que a de Deus.

2. Este era o motivo pelo qual Eliú estava zangado com Jó (32:2).

C. Deus pergunta a Jó se ele é tão poderoso como Deus (vs. 9-14).

1. Se for, ele é encorajado a mostrar sua força executando julgamento dos ímpios.

2. Se Jó pode fazer isto, Deus confessará a grandeza de Jó.

Deus descreve duas criaturas magníficas e poderosas(40:15 - 41:34)

A. Enquanto este discurso de Deus não consiste muito de perguntas como foi o primeiro, Jó ainda está sendo evidentemente desafiado.

B. O Senhor apresenta duas criaturas (40:15-24; 41:1-34) para demonstrar a fraqueza do homem em comparação com o resto da criação.

C. A primeira questão a ser tratada é se as criaturas descritas são animais ou alusão a mitos.

1. Enquanto algumas das descrições de fato parecem ser hiperbólicas (exageradas) (por exemplo, 41:18-21), o contexto parece indicar animais reais.

2. Se o motivo pelo qual o Senhor está mencionando estas criaturas é considerado, parece improvável que ele se voltasse para criaturas míticas.

a. Por que Jó se impressionaria com a força de Deus se ele (Jó) não pode medir forças com criaturas míticas?

b. Não há bestas na criação de Deus que poderiam ser citadas como mais poderosas do que o homem e que menosprezam a capacidade do homem?

3. Em resumo, se estas criaturas fossem míticas, certamente ficará enfraquecido o argumento que Deus está fazendo nestes capítulos.

D. Concedendo que animais reais estão sendo descritos, que animais são eles? A dificuldade está em identificá-los.

1. O primeiro (40:15) é literalmente "behemah," uma palavra que significa qualquer grande quadrúpede. Parece ser uma palavra que tem o significado geral de besta. A edição Revista e Atualizada traduz esta palavra hebraica como "hipopótamo", refletindo a suposição do tradutor quanto à identidade desta "besta." Outra sugestão é que o "behemah" seja o elefante.

a. O "behemah" é uma criatura herbívora muito forte, uma das maiores e mais poderosas criaturas que Deus fez (40:15-20). Esta besta foi feita "junto com"Jó; contudo, Jó não pode dominá-la (vs. 15, 24).

b. Há vários pormenores na descrição desta besta que não se ajustam bem ao hipopótamo.

c. É possível que a palavra se refira a um dos maiores dinossauros que viveram sobre a terra. As objeções mais populares a esta sugestão são que "o homem e os dinossauros não viveram no mesmo tempo" ou "os dinossauros não viveram realmente sobre a terra."

(1) A evidência de que os dinossauros percorreram a terra em algum tempo parece-me bem forte.

(2) A idéia de que dinossauros precederam o homem por milhões de anos é um princípio da teoria geral da evolução que não deveria ser reconhecido sem um exame da evidência e as consequências desta doutrina.

2. O segundo (41:1) é literalmente "livyathan", uma palavra que não identifica claramente qualquer animal em particular. De novo, a edição Revista e Atualizada se aventurou a cogitar sobre a identidade desta besta, traduzindo "crocodilo". Outras sugestões para o "livyathan" incluem a baleia e o golfinho.

a. O "livyathan", como o "behemah", é evidentemente uma criatura muito feroz e poderosa, uma que o homem não conseguiu domesticar (41:1-34). É dada a Jó uma vista panorâmica do "livyathan", uma descrição que ressalta que ele é inabordável (vs. 12-34).

b. Resumindo seu método de interrogatório, Deus pergunta a Jó se ele sujeitou o "livyathan" (vs. 1-8). Se Jó é incapaz de dominar o "livyathan", como pode ele enfrentar Deus (vs. 9-11)?

E. O ponto da descrição destas duas criaturas é este: se Jó não pode nem se comparar em força com a criação de Deus, como pode ele esperar contender com o próprio Deus?