10/01/2008

2 Coríntios 10

Neste capítulo, Paulo volta à defesa do seu apostolado em contraste com as alegações dos falsos apóstolos que induziram os coríntios ao erro. Em alguns momentos, ele assume o ponto de vista dos seus críticos, usando de ironia para se colocar numa posição de fraqueza. É necessário uma leitura cuidadosa para não se perder nas mudanças de "tom" nas palavras de Paulo.
10:1-6Paulo falou que era humilde entre eles mas ousado nas suas cartas. Mais tarde, ele explica que essa foi uma acusação feita por seus detratores (compare com o versículo 10: "dizem").
Por enquanto, Paulo usa esta imagem para reforçar seu ponto. O sentido é este: "Tudo bem, vocês me consideram manso quando presente e severo quando ausente. Então, façam tudo para corrigir os seus problemas, porque não quero ser severo quando chego aí."
Apesar das opiniões de outros sobre Paulo, ele afirma a sua determinação de fazer o certo, agindo de acordo com a vontade de Deus e não a dos homens. Os versículos 3 a 6 descrevem bem a atitude e as táticas do servo de Deus nas batalhas espirituais. Observe:
-Somos seres humanos, mas não usamos táticas humanas.
-As armas que usamos são espirituais, não carnais.
-Com as armas poderosas de Deus, podemos vencer a força dos homens (fortalezas, sofismas, altivez, pensamentos).
-Nosso alvo é simples: levar "cativo todo pensamento à obediência de Cristo", completando a nossa submissão.
**Obs.: Sofismas são pensamentos ou raciocínios que parecem razoáveis e válidos, porém são falsos. Paulo mostra, aqui, que a sabedoria de Deus é superior à suposta sabedoria dos homens.
10:7-12Paulo pede para seus críticos serem justos com ele. Eles se consideravam servos de Cristo, mas negavam a posição dele na família do Senhor. De fato, Paulo não era nem um pouquinho inferior a eles. Ele tinha recebido autoridade de Cristo para edificar, e não para destruir.
**Obs.: Para edificar e não para destruir. Paulo mostra um dos problemas fundamentais do partidarismo. Ao invés de edificar, o espírito carnal destrói. Em 1 Coríntios 3:1-16, ele frisou este mesmo ponto. Os verdadeiros servos não procuram criar ou defender seus próprios partidos (assim destruindo o corpo de Cristo). Cada um de nós deve edificar e contribuir ao bem do corpo.
Paulo não aceitou a acusação que ele fosse forte nas cartas e fraco quando presente. Prometeu, se fosse necessário, usar da mesma severidade na presença deles.
**Obs.: Padrões errados para avaliação de homens. Paulo recusou avaliar-se por comparações com outros homens, e condenou tal prática. Infelizmente, muitos supostos servos do Senhor ainda não captaram o sentido desse ensinamento. Há hoje comentários sobre qual pregador é melhor que o outro, prêmios para melhores sermões, melhores livros, melhores sites evangélicos na Internet, etc. Pessoas que alegam ser cristãs participam ousadamente do pecado de auto-promoção. Tal prática não cabe no reino de Deus (veja Mateus 20:27; 23:11; Lucas 17:10).
10:13-18Paulo não tentou validar seu trabalho por comparações com os trabalhos de outros. Ele se viu no contexto da responsabilidade que Deus lhe deu. A esfera de ação dele incluiu Corinto e ele faria o trabalho entre eles, apesar da oposição de alguns "irmãos".
**Obs.: A esfera de ação. Embora Paulo comente sobre locais geográficos, ele não sugere limites de território físico no trabalho do Senhor. Os apóstolos foram enviados ao mundo (Marcos 16:15), e a mesma responsabilidade de pregar o evangelho foi transmitida a homens fiéis e idôneos (2 Timóteo 2:2). Pessoas que se acham hoje donas de determinados "territórios" no trabalho do Senhor mostram a mesma atitude carnal que Paulo condenou. Como servos de Deus, podemos e devemos pregar em qualquer lugar onde exista oportunidade.
Neste parágrafo, encontramos uma frase que deve controlar todas as tendências orgulhosas de auto-engrandecimento: "Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor" (versículo 17).

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